Comp., reg., violin. Cantagalo, RJ 1847-Cataguases MG 3/12/1925. Sobrinho do romancista Joaquim Manuel de Macedo, fez seu aprendizado artístico na Bélgica, no Real Conservatório de Bruxelas, onde estudou harmonia e composição com François-Joseph Fétis (1784-1871), violino com Hubert Léonard (1819-1890) e Henri Vieuxtemps (1820-1881), obtendo medalha de ouro. Consta ter-se aperfeiçoado no violino com Joseph Joachim (1831-1907) e Charles Auguste de Bériot (1802-1870). Indicado por Vieuxtemps, tornou-se spalla do Covent Garden, de Londres, Inglaterra. Após permanência de nove anos na Europa, retornou ao Brasil em 1871. No Rio de Janeiro RJ, foi nomeado por Pedro II mestre da Capela Imperial. Musicou a opereta Antonica da Silva (libreto de Joaquim Manuel de Macedo), representada no Teatro Fênix Dramática a 29 de janeiro de 1880. Em 1883, estabelecendo-se definitivamente em Minas Gerais, passou a dedicar-se só à composição, tendo escrito quase 200 obras, inclusive oito concertos para violino, sonatas, fantasias, um álbum para piano, peças para canto e piano e para orquestra. A Casa Bevilaqua do Rio de Janeiro editou, dentre outras composições suas, o poema sinfônico Floriano Peixoto, para grande orquestra, apresentado no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte MG, e do qual existe uma redução publicada para dois pianos. Sua ópera Tiradentes (libreto de Augusto de Lima, 1859-1943) foi composta após a publicação do poema sinfônico, em 1897, tendo o compositor obtido bolsa dos governos brasileiro e de Minas Gerais para orquestrá-la na Bélgica, para onde seguiu após 1908 e onde permaneceu longos anos, retornando ao Brasil pouco antes de falecer. O prelúdio e trechos dessa obra foram apresentados em 1910 na Bélgica, sob a regência de Alberto Nepomuceno, durante o festival de música brasileira na Exposição Internacional de Bruxelas. Dada por desaparecida, foi descoberta por Sandra Loureiro de Freitas Reis em 1986 e apresentada em Belo Horizonte, de 2 a 5 de abril de 1992, em montagem reduzida, sob a forma de oratório. Enquanto viveu, o compositor pouco se apresentou em público, passando os últimos anos de vida quase ignorado. Obras Música dramática: Antonica da Silva, opereta, 1880; Tiradentes, ópera, 1897. Música orquestral: Floriano Peixoto, poema sinfônico, s.d.; Orfeu na roça, s.d. Música instrumental: Barcarolle, p/piano, s.d.; Fantasia sobre a Marta, de Flotow, p/violino e piano, s.d.; Un jour de printemps, p/piano, s.d.; Oito concertos, p/violino, s.d.; Le poète, p/piano, s.d.; Rêverie, p/piano, s.d.; Romance, p/piano, s.d.; Romance, p/violino, s.d.; Le ruisseau, p/violino, s.d.; Sonata, p/piano, 1896; Variações sobre temas de Mariuski, p/violino e piano, s.d.  
Fonte:  
- Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Editora, 1977.  
 
O texto acima não representa a biografia completa do artista, mas sim, partes importantes de sua vida e carreira.