Cantor entra na história da música brasileira como eterno Rei da Voz 
 
26/Set/2002  
 
No mínimo curioso é o CD com as versões gravadas pelo Rei da Voz. Um disco que desmistifica a falácia de que cantar música estrangeira é privilégio da geração pós-rock and roll. Há nessas versões gravadas por Chico Alves uma boa dose de oportunismo. Grande parte dessas canções faz parte de trilhas de filmes famosos de Hollywood. Aproveita-se portanto o sucesso da fita (como se dizia então) para vender disco. Assim é que neste CD estão, entre outras, Amor é sempre amor (As time goes by, de Casablanca), Valsa da despedida (Farewell waltz, de A Ponte de Waterloo – o autor é o poeta escocês Robert Burns. Nesta versão, Chico Alves canta em dueto com Dalva de Oliveira), a estrada do bosque (de A Fuga do Bosque. A versão é de Humberto Teixeira).  
 
Em 1952, a música brasileira começava a modernizar-se, Francisco Alves não demoraria a ser considerado um anacronismo. Sem nunca ter abandonado a escola do bel canto, no ano em que morreu sua voz já soava datada. Morto, o mito permaneceu intocado. Assim como Elvis Presley será sempre o rei do rock and roll, Francisco Alves será acompanhado eternamente pelo epíteto “O Rei da Voz”.