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Crônica de Sorocaba - Voragens

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Porém já 182.500 sóis eram passados...  
 
Nos idos tempos velhos dos velhos tempos idos, coisa aí de uns cinco cem anos, pouco mais, ou menos, pôr-se ao mar, como fizeram nossos antepassados portugueses (ancestrais de todos nós, ao menos, na grande parte que nos legaram da cultura múltipla que nos marca as almas), navegar, além de ser algo preciso (no sentido de "exato" e no de "necessário") era aventura ainda mais temerária do que sair de casa à noite hoje em dia.  
 
Após os estreitos limites do mundo conhecidos, não se sabia ao certo o que aguardar. Os mais dos que iam, não volviam. Fazer-se ao mar era como sair buscar emprego e era, então, mais ou menos, como é agora para nós, seus trisnetos. Como se sentiam os mareantes lusos, assim é como se sente o brasileiro de hoje perante os desgovernos que se sucedem à frente dos negócios da nação: não mais que de repente, um sorvedouro, qualquer abismo, tudo subverte ou consome num turbilhão que devora.  
 
Diferença radical é que, ao mundo, então, restava o que ser conquistado, e o povo português liderou a expansão européia pelos novos e velhos continentes, enquanto que, do Brasil dos brasileiros, nada ou muito pouco ora resta a preservar da ganância do capital estrangeiro, fantasiado de fenômeno global que se não pode evitar. (Muito antes pelo contrário! Rezam os cânones dos títeres de plantão, deve-se, de tal dominação, jamais, um, esquivar-se, porém, antes, desmedir-se de esforços por buscá-la...)  
 
Há fatos da vida da gente de que nos lembramos para sempre.  
 
Jamais me esquecerei, por exemplo, deste que passo a narrar, mesmo porque seu registro está lá, grafado, num livro que guardo e compulso freqüentemente.  
 
Era o dia 24 de julho de 1974.  
 
Lembro-me dele, porque foi quando protagonizei um dos mais célebres (para mim) episódios constrangedores, dos tantos e quantos que tenho vivido enquanto giram tanto os tantos astros (conto, em minha continha, mais de 17 mil sóis!) que nem tontos.  
 
Estudante universitário que era (Sociologia - o represidente FHC era um ícone de liberdade de pensamento, naquela escuridão da ditadura: "à noite, gatos pardos..."), dirigi-me a uma livraria, onde se dava o lançamento de um livro do economista Celso Furtado sobre a sociedade brasileira. Imperdível! Mas, não me acode o nome da obra...  
 
Ãnh, Freud explica.  
 
O fato de fato é que, estando eu por ali a perambular entre as gentes, deparei-me com quem soube tratar-se de ninguém menos que o autor do clássico "Raízes do Brasil" - um monumento da etnografia nacional, nacionalista.  
 
O leitor não entendeu, a leitora...?  
 
Explico-lhe, eu.  
 
Tratava-se, ora veja o leitor arguto, a leitora argüidora, de ninguém menos que o pai do Chico Buarque de Holanda! O fato é que, informado por amigos, imediatamente, comprei um exemplar do livro afamado e, voltando-me a seu autor, indaguei-lhe:  
 
- Este é seu último livro?  
 
- Não - ele respondeu. - Foi o primeiro.  
 
Bem. Não se pode acertar sempre. Verdade que "Raízes..." havia sido lançado em 1936, mas - e daí? Afinal, em 1936 eu não havia ainda nascido.  
 
Mas, queridos, queridas, ainda assim, vexames por vexame, fico com os meus, apesar de enormidades, a compará-los com o desastre completo que foram as comemorações dos 500 anos do Brasil, este mês.  
 
Nem vale a pena discriminar a sucessão impressionante de fiascos e despautérios: basta apelar ao leitor atencioso, à leitora atenta, valha-se da memória, e note como, em seu conjunto, a insensibilidade oficial que derrubou marcos históricos para substituí-los por símbolos políticos, pisoteou populações indígenas, a que atacou com bombas e cassetetes, a ausência do povo na festa, a ausência de festa no povo, a insuperável distância entre governantes e governados, que se não podem encontrar sem conflitos, as missas de má encomenda, a nau naufragada, tudo compõe um tristíssimo porém muito e muito real retrato de nosso país.  
 
Antes assim não o fosse!  
 
Os erros e os disparates foram tamanhamente exemplares que se poderia imaginar terem sido cuidadosamente planejados para expor ao mundo - e a nós próprios - cheias de terra, as nossas próprias raízes. E raízes, quando o que se pretende é cultivar plantas de plástico, podem ser subversivas.  
 
Para a Antropofagia oswaldiana, restava-nos digerir o estrangeiro para crescermos dele. Na cultura sintética do final do Milênio, é bastante falar em terra e tubérculos para sermos tachados apenas de caipiras.  
 
E você - de que lado você está, leitor, leitora?  
 
Se a sua resposta foi "Do meu", pode saber que você não sabe, mas se perfila ao lado dos que sempre souberam que você nunca saberá.  
 
 
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Um poema  
 
Estelar  
 
 
Há uma luz que nos chama a prosseguirmo-nos. 
E ela brilha no mais alto do fundo de nós mesmos, 
eternamente, 
cintilante 
como olhos.  
 
A luz refulge e atrai nossas mãos,  
que lhe estendemos em súplices fascínios.  
 
Nem ouvem nossos gritos de suspiros 
nem nossos últimos gritos 
nem nossos últimos suspiros.  
 
Estamos sós na girândola cósmica.  
 
Sós de nós mesmos. 
Sós de cada um de nós.  
 
Sós na solidão a mais tremenda 
que é a solidão dos que, 
sós, 
se sabem  
pós.  
 
 
Paulo Tortello é Poeta. 
Fone/Fax: (15) 231-8218. 
E-mail: tortello@zaz.com.br  


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